fonte: http://www.mabnacional.org.br/noticias/170909_atingidos_mg.html
Nesta quarta-feira, 16 de setembro, cerca de 300 pessoas realizaram uma manifestação na cidade de Laranjal (MG). Os manifestantes protestaram contra o enchimento do lago da barragem Barra da Braúna, da empresa Brascan - multinacional com matriz no Canadá - que está causando problemas ambientais e sociais na região.
O “Movimento dos Atingidos por Barragens” (MAB) informou que a maioria das famílias foram pressionadas a negociarem suas propriedades a quantias irrisórias. Arrozeiros, tiradores de areia e outros diaristas que estão sem trabalho não foram indenizados. Oito famílias que tem suas terras dentro da área de preservação ambiental estão isoladas a apenas cinco metros do lago.
Cerca de 200 hectares de mata atlântica foram devastadas e 70 ilhas inundadas. O integrante do MAB, padre Antônio Claret, em entrevista a Radio NP denunciou: “Houve morte de muitos peixes abaixo da barragem. Acima, pela lei, eles deveriam ter roçado a área que seria inundada – em algumas partes isto não foi feito.”
A barragem Barra da Braúna é financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que liberou R$ 118 milhões (63% do investimento total) para o projeto da empresa Barra do Braúna Energética, controlada pela empresa Brascan Energética S.A.(Besa). A empresa tem hidrelétricas em várias regiões do Brasil e está construindo a barragem da Barra da Braúna (MG) e a barragem Angelina (SC). A assessoria de comunicação do MAB da região “entende que o uso de recurso público para financiar hidrelétricas é um crime ambiental e social. Ambiental pelo que vem acontecendo. Em todas as barragens, o que se vê são verdadeiros desastres ambientais. Crime social, porque 70% das famílias atingidas por barragens ou não recebem nada ou são mal indenizadas.”
O MAB, além de denunciar o desrespeito aos atingidos, reivindica pela soberania energética brasileira. O setor elétrico do Brasil começou a ser privatizado em 1995 e desde então encontra-se nas mãos das multinacionais, como é o caso da barragem Barra da Braúna. A conseqüência foi o aumento do preço da luz para os consumidores residenciais, tornando a conta de luz brasileira uma das mais caras do mundo, como mostra a matéria do "ipcdigital.com" de 2006, ano em que a discussão do alto valor das tarifas de luz estava no auge.
A matéria do portal toca em outro ponto polêmico. Aborda as hidrelétricas como fontes de energias renováveis. Esta informação é um dos mitos que envolvem as hidrelétricas (leia Os Mitos das Hidrelétricas, disponível em PDF). Além de desalojarem milhares de famílias, de causarem um péssimo impacto ambiental, seu funcionamento é limitado pelo envelhecimento das máquinas, eutrofização, assoreamento e poluição do lago. Fatores que tornam as áreas alagadas inutilizáveis posteriormente.
1 comentários: until now.
Olá Galera.
Parabéns pelo blog. Gostei muito dos textos. Bastante informativo, além de levantar pautas muitas vezes esquecidas pela grande mídia.
Parabéns e grande abraço
Postar um comentário