25 de mar. de 2010

Mais uma cerca do latifúndio é rompida em Minas Gerais*


*Nota (em pdf) divulgada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra  (MST) - Zona Da Mata, MG

Nós, trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST - Zona da Mata, anunciamos que nessa madrugada rompemos a cerca do latifúndio “antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna”, localizada  em  Goianá.  Munidos  de  laudo  do  INCRA,  que  declara  a  fazenda  como improdutiva, ou seja, não cumpridora de sua função social, contamos com a solidariedade de todo o povo mineiro.


Nossa  proposta  de  Projeto  Popular  para  o  campo  tem  como  desafios  eliminar  a pobreza no meio rural, combater a desigualdade social e a degradação da natureza, garantir a soberania alimentar com alimentos saudáveis, preservar a biodiversidade animal, vegetal e cultural em todos os territórios, garantindo a participação igualitária das mulheres e dos homens.

A  ocupação  desse  latifúndio  abre  nossa  jornada  de  lutas  em  MG.  Esperamos  que todos  os  Lutadores  e  Lutadoras  do  Povo  contribuam  divulgando  o  ato  e  cobrando  das autoridades a imediata desapropriação das terras improdutivas da “antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna”.

Somos  50  famílias  de  camponeses  sem  terra  dessa  região  do  estado  de  Minas, aliados com diversos setores da sociedade que, assim como nós, acreditam que a reforma agrária é uma Luta de todos.

A  ousadia  dos  trabalhadores(as)  organizados(as)  pelo  MST,  em  romper  a  cerca dessa  fazenda  é impulsionada  pela  história  de  trabalho  escravo  e  de  degradação  dos recursos naturais. Somente os camponeses serão capazes de serem guardiões da natureza e da cultura desse território.

Brigada Manuel Marulanda - Zona da Mata MG 
Acampamento Denis Gonçalves, 
Goianá, 25 de março de 2010. 


A Reforma Agrária é uma luta de todos! 

PÁTRIA LIVRE, VENCEREMOS! 


Histórico do local:
A antiga "Fazenda Fortaleza de Sant´Ana", hoje acampamento Denis Gonçalves, com seus quase 4.400 ha de terras improdutivas, foi marcada historicamente pela exploração de suas terras e a escravidão na região dos "Barões do Café". Fazenda que  acumulou e concentrou muita riqueza, e deixou muita pobreza na região. Trabalhadores abandonados a merce de suas próprias sorte, depois de dedicação de mais de 50 anos aos donos, aos "patrões" . Fazenda abandonada, à espera da especulação imobiliária da região. Vizinha de outras grandes fazendas que já fizeram parte da mídia brasileira, como a propriedade do Castelo do "Capitão e deputado Edmar Moreira", esta também tem em suas veias a marca do trabalho escravo, a marca da exploração dos homens e das mulheres que ali trabalharam e ali morreram, sem terem direito a um palmo de terra além dos 7 palmos de suas covas. Tem também as marcas da arrogancia, da punjancia do latifundio que prefere o dinheiro à vida. Trás a marca da degradação ambiental, da usurpação dos recursos naturais expropriados até sua última gota.

3 comentários until now.

Anônimo + 25 de março de 2010 às 19:28 (#) :

Vocês realmente querem terras para trabalhar ou são mais um dos muitos grupos baderneiros que existe por aí?
Será que existe alguém deste grupo que saiba, pelo menos, encavar uma enxada?
Acho pouco provável.

Anônimo + 26 de março de 2010 às 11:00 (#) :

Está convidado, senhor anônimo, a conhecer um assentamento de trabalhadores sem terra e ver com seus próprios olhos.
Mas pelo tom que coloca suas palavras, mesmo que esteja há um palmo de distância de seu nariz, terá interesse em assumir que está errado.

Por quê quem se rebela contra as injustiças é baderneiro?

Junin + 8 de abril de 2010 às 16:21 (#) :

Visitei o acampamento nesta última quarta-feira e pude me certificar da necessidade das famílias presentes no local e a história de vida de um pouco das pessoas que ali estão. De fato, são pessoas que merecem esta terra.
Claro, entendendo a revolta do anônimo que aqui se manifesta, pois o que ele quis dizer é que muitos apóiam a causa por identificarem-se com as ações e não com as motivações. Mas não é preciso muito para certificar-se também de que há pessoas realmente dispostas a se dedicarem à causa.

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